Solarização: efeito de materiais vegetais na sobrevivência de fitopatógenos de solo e na produção de voláteis

Do artigo «Solarização em microcosmo: efeito de materiais vegetais na sobrevivência de fitopatógenos de solo e na produção de voláteis», de Marco Antonio Basseto; César Júnior Bueno; Fabio Augusto; Márcio Pozzobon Pedroso; Mayra Fontes Furlan; Carlos Roberto Padovani; Edson Luiz Furtado; Nilton Luiz de Souza , publicado na Summa Phytopathologica

Além das brassicaceas associadas à solarização do solo, novos materiais vegetais como a mandioca e a mamona têm apresentado potencial no controle de fitopatógenos de solo. Os materiais vegetais estudados foram ramos e folhas de mamona (Ricinus comunis L.), de mandioca brava e mansa (Manihot esculenta Crantz) e de brócolis (Brassica oleracea var. italica L.). Estes materiais foram incorporados ao solo e comparados com testemunha contendo solo.

Assim, objetivou-se verificar os efeitos da incorporação e decomposição de parte aérea de brócolis, mamona e mandioca brava e mansa, associadas à solarização, em conjuntos de microcosmos, sob condições de ambiente controlado, na sobrevivência das estruturas de resistência de

Fusarium oxysporum f. sp. lycopersici Raça 2,

Macrophomina phaseolina,

Rhizoctonia solani AG-4 HGI

Sclerotium rolfsii

e identificar e apontar o(s) volátil(eis) emanado(s) pela decomposição dos materiais, que poderia(m) estar correlacionado(s) com a inativação dos fitopatógenos.

Quanto à sobrevivência dos patógenos, quatro ensaios idênticos foram instalados nos microcosmos, com quatro períodos de exposição independentes (7, 14, 21 e 28 dias).

A identificação dos voláteis contou com ensaios realizados sob as mesmas condições da sobrevivência, mas em frascos âmbar e com cromatografia gasosa com detectores por espectrometria de massas (GC-MS) e por ionização em chama (GC-FID), utilizando a técnica de Microextração em Fase Sólida – SPME.

Os tratamentos solo+materiais vegetais, ao longo dos períodos testados, reduziram a sobrevivência das estruturas de resistência de todos os fungos. No geral, destacaram-se o brócolis e a mandioca brava, além da mandioca mansa para Scletotium rolfsii. Os voláteis identificados foram oriundos da decomposição de brócolis, mamona e mandioca mansa. A particularidade da presença do grupo sulfurados no material de brócolis deve-se à alta quantidade do elemento enxofre em seus tecidos (81 mg x dm-3). Dentro dos sulfurados, vários compostos voláteis são apontados como responsáveis pela ação fungitóxica a fitopatógenos de solo.

Foram identificados 26, 37 e 29 compostos voláteis para brócolis, mamona e mandioca mansa, respectivamente. Correlações positivas e negativas foram observadas entre alguns voláteis e a média dos compostos com a sobrevivência das estruturas de resistência dos fitopatogênicos.